NOSSOS WALKERS
DJ Cashu
Um ano depois, Cashu co-fundou a Mamba Negra, um coletivo underground com a missão de diversificar a cena musical de São Paulo. No início, eles organizavam festas DIY nas ruas para algumas centenas de pessoas, dando oportunidades a artistas femininos que muitas vezes eram negligenciadas pelo mundo dominado por DJs masculinos. A cena musical da cidade gira em torno de bares em vez de clubes, e não é fácil conseguir uma oportunidade. Mas à medida que a palavra se espalhou e a Mamba Negra se tornava conhecida como um celeiro de criatividade feminina e queer, seus eventos cresceram exponencialmente. Cashu e sua equipe agora esgotam festas para mais de 5.000 pessoas.
A Mamba Negra pode ter se expandido, mas não sacrificou seus valores fundamentais no processo. Embora o Brasil tenha uma cena queer florescente, sua comunidade LGBTQIA+ teve que permanecer vigilantes nos últimos anos. Em 2017, o Brasil foi o país com a maior taxa de homicídios de LGBTQIA+ do mundo; e de 2019 a 2022, o Brasil foi liderado por um presidente, Jair Bolsonaro, que frequentemente expressava opiniões anti-LGBTQIA+. No espírito de solidariedade mútua, as festas da Mamba Negra fazem um esforço extra para promover um sentimento de união.
As pessoas estão se divertindo muito, mas também estão realmente cuidando umas das outras. Estamos sempre nos esforçando para garantir que nossos eventos sejam um espaço seguro para todos, especialmente para a comunidade LGBTQIA+.
"Cashu foi recrutada pela icônica campanha KEEP WALKING porque é apaixonada por impulsionar sua cultura para frente. Melhorar o acesso à cena musical altamente competitiva do Brasil é uma prioridade para ela. 'É mais difícil se tornar DJ aqui do que na Europa, acredito', diz ela. 'Você não pode simplesmente começar a tocar como DJ e esperar que as pessoas venham te ver. Você tem que iniciar seu próprio projeto criativo e realmente construir conexões antes que isso aconteça.
São essas conexões que Cashu procura cultivar por meio da Mamba Negra. 'Nós contratamos DJs incríveis de todo o Brasil, não apenas de São Paulo', diz ela, destacando que a diversidade musical é um pré-requisito. 'Nunca queremos alguém que toque apenas techno ou apenas grime, porque as pessoas vão ficar entediadas', diz ela. Quanto ao futuro, a ambição máxima de Cashu é ter seu próprio espaço permanente onde possa continuar sua evolução como DJ e criativa. 'Eu não sei se quero ficar em turnê para sempre', diz ela, 'então a ideia de um bar onde eu possa tocar minha música soa muito legal agora!'"